quinta-feira, 11 de abril de 2013

A mutação da família






Antes da Revolução Industrial dos finais do século dezoito, a família tinha uma organização bastante diferente da contemporânea, em termos de estrutura, função ou hierarquia.

Antigamente, os casais tinham como princípio ter muitos filhos, pois era um factor de prestígio e consequentemente de orgulho. No lar conviviam diversas gerações, os pais, os filhos casados e os cônjuges, os netos e os filhos solteiros. Todos estes elementos trabalhavam para um objectivo comum, que era cuidar e aumentar o seu património e protegerem-se em caso de necessidade como: doença, morte ou velhice. Os momentos especiais de festa eram profundamente religiosos, e dessa forma, se perpetuavam os rituais através das novas gerações. Neste modelo de família as fronteiras estavam bem definidas: as mulheres estavam subordinadas primeiro ao pai, depois ao marido e, no caso deste falecer, ao filho mais velho e quanto aos restantes membros deveriam obedecer ao patriarca.

Já depois da Revolução Industrial, a forma como as famílias se organizavam alterou-se por completo. As pessoas migraram do campo para a cidade à procura de melhores condições de vida e de emprego nas fábricas e, assim, começaram a viver longe do local onde estavam os seus parentes. Cada indivíduo passou a escolher o seu próprio parceiro e o controlo dos mais velhos sobre as gerações mais novas diminuiu bastante. Além disso, nas cidades a limitação do espaço não proporcionava a habitação conjunta de todos e colocou limites ao número de filhos que cada casal podia ter. A esta nova organização deu-se o nome de família conjugal ou nuclear, onde o homem sai para trabalhar e a mulher cuida dos filhos.

Actualmente, as famílias sofreram outras modificações, pois a mulher trabalha, as tarefas são muito mais distribuídas, não há um elemento de submissão entre o casal, e em termos de estrutura surgiram as famílias monoparentais em que existe apenas um adulto e os seus filhos. Esta situação pode ser gerada por divórcio, viuvez, geração por parte de uma mulher solteira ou dificuldades financeiras.

Futuramente a família poderá alterar-se novamente consoante a evolução da sociedade já que é um dos seus elementos constitutivos.

Luísa Esteves

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