"Um
facto social designa qualquer situação, relação, acontecimento ou realidade
que, de uma forma ou de outra, exprimem um determinado aspecto da vida
social."
[Alain Birou - Dicionário de Ciências Sociais]
O facto
social é o objeto central da teoria sociológica de Émile Durkheim, considerado um
dos pais da sociologia moderna. Este, no seu livro “As regras do método
sociológico”, caracteriza os factos sociais como "coisas": “São
maneiras de agir, pensar e sentir exteriores ao indivíduo, e dotadas de um
poder coercitivo em virtude do qual se lhe impõem (…) ”
Um facto
social é, então, aquele que decorre da nossa vida em sociedade; é a interação
dos homens no espaço e no tempo e, por isso, cada facto social concreto deve
ser referido a um ambiente social particular e a um tipo definido de sociedade,
uma vez que ocorrem num determinado espaço físico e num determinado tempo
(época ou data específica).
Assim, só é
possível compreender os factos sociais se os virmos na sua totalidade, isto é,
nas suas relações recíprocas e no seu ambiente colectivo, de tal forma que para
Durkheim é impossível analisar um facto social sem se observar a totalidade do
seu desenvolvimento na sociedade.
Durkheim
afirmou ainda que os factos sociais tinham as seguintes características:
Relativismo:
Qualquer facto social só tem sentido quando integrado no contexto natural e
social onde ocorre.
Exterioridade:
Os padrões de cultura são "exteriores aos indivíduos", ou seja, vêm do
exterior e são independentes das suas consciências.
Coercitividade:
Estes padrões culturais são fortes de tal maneira que obrigam os indivíduos a
cumpri-los.
São fatos
sociais: regras jurídicas, morais, dogmas religiosos, sistemas financeiros,
maneiras de agir, costumes, etc.
Bibiana Monteiro
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