Como disse Ernest Renan, filósofo e escritor de excelência: “Somos prisioneiros da nossa própria identidade, vivendo em prisões que nós próprios criamos” e embora pareça que á partida esta citação nada tem a ver com a temática do artigo se fizermos um olhar mais atento compreendemos que a nossa identidade faz com que sejamos limitados logo no nosso nascimento pois nela se inserem a cultura, a educação, a fisionomia que nos define …
Vejamos os seguintes exemplos: assistimos à relativamente pouco tempo a um fenómeno da natureza, causado pelo aquecimento global que deixou os Estados Unidos da América de rastos e completamente abalado.
Apesar da sua grandeza, grande parte da população conseguiu ultrapassar este monstro que destruiu a costa do continente americano.
Contudo, este fenómeno poderia ter sido bem pior se não existisse o conhecimento científico. Foi através deste conhecimento que a população teve tempo de se preparar e reunir todas as condições necessárias para que os estragos fossem os menos possíveis.
Desta forma surge assim
uma questão: Teria Portugal condições necessárias para receber este Furacão?
Na minha opinião Portugal não estaria preparado para este fenómeno, pois mesmo que conseguissem alertar a população portuguesa do perigo eminente, esta não sabia como se precaver ou proteger devido á falta de conhecimento por parte das pessoas para situações como estas, visto que Portugal é uma zona estável onde é quase nula a possibilidade desses acontecimentos.
Sendo assim, penso que
a sociedade em que o ser humano se insere bem como o conhecimento dessas são
factores de extrema importância para a sobrevivência humana.
Destacando agora outro exemplo, onde a cultura e a fisionomia, isto é, o que faz de nós seres humanos e não outra espécie qualquer, têm um papel fundamental: um leão e um bebé, ambos recém-nascidos, são largados num ambiente selvagem. Qual destes seres teria mais capacidade de sobreviver no meio onde foi largado?
Sem dúvida que o leão,
porque apesar da fragilidade que ambos apresentam pusemos um animal selvagem no
seu ambiente natural no qual este se irá desenvolver naturalmente enquanto o
bebé terá de superar muitas barreiras para poder sobreviver.
Os animais irracionais
desenvolvem desde a nascença um instinto de sobrevivência que faz com que, ao
contrário do ser humano que toma decisões planeadas, ajam sem pensar em
consequências, agem por instinto, o “instinto animal”.
Podemos dizer assim que
somos limitados logo quando nascemos visto que há várias características que
diferem de seres de espécies diferentes ou até da mesma espécie. Por exemplo:
um bebé que nasce no pólo Norte irá desenvolver mais capacidade de resistência ao
frio do que um bebé que nasce em Portugal.
O próximo, e último
exemplo, demonstra a limitação que a educação provoca num determinado ser,
podendo ser também ser associado á cultura visto que a educação deriva desta.
Em vários filmes, séries e até reality
shows já foi explorada a temática da mudança de algumas pessoas do ambiente
a que estão habituadas para outro completamente diferente. Sendo assim
imaginemos que colocaríamos um cidadão que habita no meio rural e deixamo-lo a
viver numa cidade. Basicamente esta pessoa não vai viver apenas, vai ter sobreviver
a estas novas circunstâncias visto que foi educado num tipo de cultura e terá
de mudar todos os seus hábitos para sobreviver, sendo assim vai “recorrer ao
seu animal interior” e usar o seu instinto de sobrevivência.
Perante estes exemplos, estão reunidas todas as condições para conseguir responder à questão no início levantada: Quais os limites de sobrevivência do Ser Humano?
Não podemos ter uma resposta concreta a esta
pergunta visto que, como foi demonstrado, somos limitados logo á nascença.
Mesmo assim, a meu ver, o Ser Humano sendo um animal racional tem mais
capacidade de sobrevivência em ambientes a que não está habituado do que
qualquer outro ser vivo.
Ana Cláudia Ribeiro
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